Ao longo de 20 anos de consultório dedicados a imunologia e dermatologia clínica e estética, vendo a frenética batalha que algumas mulheres travam contra as ações do tempo, posso dizer com propriedade o quão bela e complexa é a relação das mulheres com a idade, a beleza e o mundo.

Estamos vivendo uma época em que somos julgadas por desejar melhorar ou fazer um tratamento da mesma forma que também nos condenam se não o fizermos. Agora estamos proibidas de perguntar a idade de alguém, elogiar dizendo que a pessoa está bonita para determinada idade ou comprar qualquer creme que contenha a expressão que se tornou politicamente incorreta: anti-ageing.

A meu ver essa pressão não se justifica.

Não é preciso evitar a palavra idade ou ageing ou anti-ageing… Envelhecer é um presente, significa que estamos vivos, e a medicina traz soluções para que possamos envelhecer com cada vez mais qualidade de vida e dignidade e a dermatologia, em especial, nos ajuda a envelhecer com elegância.

As pessoas que determinam padrões, parecem se esquecer, ou talvez nunca tenham sabido, de que o conceito de saúde não é sinônimo de ausência de doença, mas sim de um completo estado de bem estar físico, mental e social.

Ou seja, melhorar é lícito e faz parte da saúde humana. É importante sentir-se bem, ver-se bem, e isso não significa cometer excessos em prol da beleza. Melhorar o envelhecimento é conseguir mitigar algumas restrições e perdas que ele nos impõe, sem radicalismos.

Costumo dizer às minhas pacientes para usarem como parâmetro a foto tirada no Natal. A cada ano elas tem que se achar mais bonitas do que no ano passado, mas não necessariamente mais jovens.

Num universo onde a oferta de tratamentos, lasers e aparelhos que prometem ser verdadeiras máquinas do tempo, como escolher o correto para cada idade? Como chegar à beleza ideal após os 45 anos sem pesar a mão nos tratamentos?

A resposta está em adequar o tratamento à cada paciente com o objetivo de melhorar a saúde e preservar as características físicas que nos tornam familiares a nós mesmos. Poucos cosméticos, tratamentos minimamente invasivos eficientes e precisos. Entender que o exame físico é tão importante quanto seus hábitos e estilo de vida. Dessa forma é possível provar que a beleza dos traços de um rosto ou corpo é dinâmica, e formada pelo conjunto de gestos, energia e atitude de cada mulher. Sim, beleza é atitude!

Faço um convite para que tenhamos um olhar consciente e generoso para nós mesmas. Cada mulher precisa entender que nos vemos através do prisma de nossas vivências, e por vezes a imagem que temos de nós mesmas é diferente da imagem que as demais pessoas tem de nós, na maioria das vezes mais dura.

Aí entra o médico qualificado para tirar esses vieses e traçar objetivos tangíveis: manter o peso saudável, os hormônios em ordem, a pele, cabelo e unhas cuidados e a aparência agradável aos seus olhos, afinal saúde e beleza andam sempre juntas!

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