Se tem uma queixa unânime das mulheres 45 mais é a mudança nos cabelos! Afinam, caem, perdem o brilho, ficam rebeldes e parecem demorar mais a crescer… Quantas vezes já ouvi: “Eu quero meus cabelos de volta!” São inúmeras as causas de queda e mudanças dos fios, podendo estar associadas.
Vejam como uma coisa leva a outra: quando falamos em menopausa já vem à nossa cabeça a diminuição de estrógeno, o aumento de gordura corporal, diminuição da apetite por carnes (que pode levar a anemia) e as dietas, que são um denominador comum e que podem levar a carências nutricionais.
Além disso para muitas mulheres, ocorrem irregularidades menstruais com sangramentos abundantes contribuindo para a depleção de ferro. Eis que assim se forma um conjunto de causas do próprio organismo que culminam com queda capilar. Também entram na lista as causas externas que causam inflamação sistêmica e mais queda de cabelo como Covid, pós-operatórios e situações de stress.
Há ainda outras doenças que se manifestam no couro cabeludo e cabelos como as dermatites, mais frequentemente a seborréica, a psoríase e a alopecia androgenética.
Será que é possível reverter esse estigma do envelhecimento? A resposta é sim! É possível frear o processo e recuperar a saúde dos cabelos, em graus variados a depender da gravidade de cada caso. O primeiro passo é um bom diagnóstico.
Os níveis hormonais precisam ser analisados em conjunto, pois existe um equilíbrio de efeitos entre eles, efeitos de proteção das mamas, útero, ovário e endométrio. Na menopausa e na fase que a antecede, ocorre a diminuição de produção do hormônio estrogênio, que é importante para o crescimento do fio assim como de seu brilho e vitalidade. Mas essa reposição precisa ser minuciosamente pensada por seu ginecologista.
O estado nutricional é de suma importância. É possível e necessário corrigir a anemia por carência de ferro assim como a falta de outros nutrientes. A composição corporal também é importante, pois a gordura em excesso se converte em hormônios e desequilibra essa orquestra. Entra aí o papel do nutrólogo.
Outro ponto relevante são as alterações tireoidianas que podem levar a queda de cabelo e também alterações das unhas, a cargo do endocrinologista.
Para o dermatologista fica a função de, através da tricoscopia, que é a avaliação do fio e do couro cabeludo, determinar se existe doença local ou alterações capilares decorrentes de causas sistêmicas. Assim é possível realizar um diagnóstico preciso e traçar um plano de ataque.
Além do equilíbrio hormonal, nutricional e de composição corporal, várias medidas podem ser tomadas para fortalecimento e maleabilidade do cabelo: mudanças na rotina, dicas a serem seguidas em casa e alguns procedimentos médicos que tratam essa condição.
Sobre os hábitos, o importante é que seu couro cabeludo esteja limpo, mesmo que para isso seja preciso lavar os cabelos diariamente. Desembaraçá-lo durante o banho para que a água facilite o processo. Não o prender com elásticos muito apertados.
Caso exista a presença de caspa (dermatite seborreica) existem xampus com pequenos grânulos que permitem uma limpeza mais profunda (Dercos Micropeel) e poderão ser associados shampoos antifúngicos (Capel, Nizoral).
Nos casos de psoríase, a descamação pode ser tão intensa que requer cosméticos calmantes (Alsora). Por sorte hoje temos uma ampla gama de escolhas inclusive xampus sem corantes, conservantes ou parabenos. (Dercos Sensicare)
Para queda, os xampus fortalecedores tem papel coadjuvante importante. (Vichy Dercos Energizante / Kerium anti chute)
Cabelos com química requerem shampoo, condicionador e protetor térmico específicos. (Dercos Kera Solutions)
Para tornar o cabelo mais maleável um bom principio ativo é o ácido glicólico (máscara reparadora Dercos Kera Solutions ) que deixa o cabelo com cara de que acabou de sair do salão.
Outro item que deve fazer parte dos cuidados do cabelo é o protetor solara capilar (Kerastase Creme UV Sublime).
Os procedimentos médicos específicos para a queda de cabelo variam de acordo com o diagnóstico. Um dos mais realizados é a injeção de substâncias no couro cabeludo para frear a queda e estimular sua recuperação com fatores de crescimento, minoxidil, dutasterida e várias vitaminas e minerais que serão escolhidos de acordo com o caso. Pode ser feito como mesoterapia ou microinfusão através de dispositivo eletrônico (MMP capilar)
Na maioria das vezes é necessário o uso de medicamento orais como biotina, espironolactona e minoxidil, assim como tópicos, sendo o mais conhecido o minoxidil (Rogaine, Pant, Capy). Existem ainda suplementos polivitamínicos voltados para fortalecimento de unhas e cabelos (Neosil e Eximia Fortalize). Embora não necessitem de receita para venda, sugiro uma consulta médica antes de embarcar nesse universo onde o acerto diagnóstico e terapêutico faz toda a diferença.
Os capacetes, pentes e bonés de led também são úteis nessa luta, podendo ser bons complementos para alguns casos de alopecia androgenética e eflúvio telógeno.
Embora a mídia esteja repleta de fórmulas milagrosas e soluções mágicas, tratar os cabelos, exige equipes multidisciplinares, paciência e constância. Ainda que complexo é extremamente gratificante ver os resultados alcançados. Espero que as dicas sobre cabelo tenham sido úteis, afinal saúde e beleza andam sempre juntas!
Foto: Annika Von Holdt