Sommeliers, master blenders, cervejeiros, bartenders ou qualquer pessoa que lida com drinks, com certeza se deparam com esta pergunta: “Qual é a melhor bebida?”
Outro dia, um sommelier foi questionado sobre qual foi o melhor vinho que ele tomou. A pessoa certamente esperava um Petrus ou Romaneé Conti como resposta, ao que ele respondeu que fora um Mateus Rosé, na praia tal, com certa pessoa… No caso, com a pessoa certa!
Uma das minhas bebidas inesquecíveis é uma xícara de café preto, numa manhã em NY, no exato instante que começou a nevar e tocou “The Blowers Daughter”. Era uma quinta-feira e tudo parecia ter sido cronometrado e alinhado… Contexto, sentimento, lugar, circunstância. A bebida só “regou” as sensações.
A melhor bebida é a que acompanha e desperta as melhores sensações. Simples assim.
Talvez não seja coincidência que um dos termos em inglês para definir as bebidas alcoólicas destiladas seja “spirits”. O termo é bem eclético pois define também a alma humana, uma disposição, ou um membro da Santíssima Trindade!
“Spirits” têm relação com a origem da palavra “álcool”. Alguns aceitam a versão de origem no Oriente Médio, já que o prefixo “al” é um artigo definido em árabe -o debate é sobre de qual palavra ela se origina, “al-koh’l” ou “al-ghawl”.
A primeira parece ser a mais provável, uma vez que a palavra foi incorporada à língua inglesa durante o século XVI quando “spirit” começou a ser usado para se referir à “bebidas intoxicantes”.
Particularmente me agrada mais a relação do termo com a alma, as disposições da vida, e a deliciosa capacidade de inebriar os sentidos. Ainda mais nos tempos em que vivemos!
Quão preciosas são as oportunidades de desfrutar de tudo de bom que a bebida pode trazer! Que coisa boa é um Negroni feito na hora, acompanhado de um charuto e ouvindo Coltrane. Ou dançar sozinho “I wanna be with you” do Bay City Rollers, bebericando um Old Fashioned enquanto você cozinha!
E porque não aquele jantar a dois, daqueles que vem com uma deliciosa conversa sedutora… E os “espíritos” sabem o que mais de bom pode vir depois!
O que não podemos é nos deixar murchar. Murchar de vida, de ânimo, de disposição. Sim, são tempos difíceis, mas em meio às turbulências, tem bençãos, cura, livramentos, planos de reinvenção, perspectivas de futuro, sonhos!
Onde tem um respiro, tem vida, pulsando dentro da gente, da alma… Então vamos! “Bora” soltar essa alquimia de sensações com uma boa bebida!
“L´Chaim”! (“À vida”) como sabiamente brindam os judeus!
Como lembrei dos Bay city Rollers, vamos com “I Only Wanna Be with You” lá na nossa playlist do Spotify.
Ela faz parte de um filme delicioso, “Simplesmente amor” com diálogos e passagens memoráveis como a do Hugh Grant.
Let’s dance! E um brinde a vida!
Fontes:
https://blogs.scientificamerican.com
@drinkyourcarbs.com
@thirteen.org