O Cabuletê deu ruim, diria eu, carioca versada no favelê. Olho aquelas mulheres de Cabul, oprimidas ao cubo e ainda mais esmagadas por essa tribo de homens de vestidos e turbantes numa alegoria macabra versão Sapucaí do mal.

Vejo aquela gente e tento perceber quem são aquelas pessoas por baixo daquelas roupas estranhas, hábitos diferentes, língua incompreensível, mas ainda assim humanos. Choram, cagam, transam, morrem.

Aliás, matam e estupram. Violentam a todas nós mulheres que graças a tecnologia do “ao vivo”, assistimos boquiabertas às cenas chocantes da fuga em massa do Afeganistão.

E olha que aqui no Rio estamos acostumadas ao combo milícia-esculacho-porradaebomba e mesmo assim -dia a dia impactadas por bandidos armados até os dentes- nos chocamos com a maluquice do fanatismo misturados à política.

Alá

Aliás esse extremismo de Améns -numa sinfonia desafinada entre o catolicismo e as práticas religiosas do Islã- também vazam por aqui, com os terrivelmente evangélicos. Vai dar merda no Brasil. Já está dando.

Aborto, liberdade feminina, voz das mulheres, arte feita por mulheres tudo cerceado numa volta ao rigor da censura, assistimos assustados aos nossos “mitos” locais.

Já já, com o mundo sendo uma ervilha, esses extremistas estarão armando nossos capetas, exportando maldades e torturas inventadas no mundo do lado de lá.

E eu no BRT, espremida tipo sardinha indo pro meu trabalho, olho pra cada carioca sofrido, pobre, melancólico, pandemicamente estressado e penso: quem diria que eu ia adorar essa vidinha “ela-faz-tudo-sempre-igual” pois pelo menos aqui eu ando sem sutiã, ralho com homens, xingo quando o calo aperta.

E fevereiro já já chega, com a certeza de mais brasileiros vacinados, voltaremos aos blocos da vida cantarolando “Alá, Alá, Alá, meu bom Alá”, numa orgia pós-Covid que fará corar Eros. O Carnaval 2022 será a cura da insensatez mundial. Quem diria.

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