“Silver hair é o caralho. Sou grisalha merrrmo”. Foi meu desabafo pra uma jovenzinha que me peitou outro dia no zoom. Eu querendo mostrar que a transição dos cabelos tingidos para o prateado não é tão simples mas também não é o fim do mundo.

A pandemia acabou sendo o palco possível para essa transformação. Muitas mulheres maduras perderem seus empregos e acabaram ficando em casa ou tantas outras – executivas ou abastadas – vivenciaram o home office fosse para trabalhar ou fazer curso de literatura russa ou mindfulness. O fato é que esse ano trancada de pijamão e pantufas facilitou a decisão de não pintar mais as madeixas.

Porém porque seguimos tão atacadas? Sofremos bullying da sociedade mas espanta que as mais raivosas são mulheres que ironizam outras mulheres que tomaram essa decisão. Porque temos que parecer sempre jovens? Porque o cabelo branco é uma despedida da cena erótica?

Eu barbarizo dizendo que o cabelo branco não alija ninguém da vida em sociedade e só quando a pepeca fica toda branca, lotada de pentelho cinza, aí sim tenho que confessar que baqueia.

Eu mesma mantenho os meus pelos pubianos brancos e duelo com meu papel sexual de fêmea lasciva que promete prazer inesgotável ao parceiro. Meu pentelho branco me devolveu pra mim. Já não quero mais causar na cama. Quero amor sincero. Menos acrobacia e mais sentimento.

E foi essa transição do cabelo e do pentelho brancos que me levaram a esse lugar de reflexão. Sou sim uma mulher grisalha, de meia idade, com pochete-na-barriga fruto de uma menopausa severa, algumas rugas e pelancas mas ainda com muita lenha pra queimar.

É como se a sociedade visse uma mulher grisalha e enxergasse um troço cinza, melancólico, deprimente e distante de si. Posso dizer bem alto: eu quero gozar. E não vai ser uma cor de cabelo ou pentelho off-white que vai me tirar o tesão na vida.

Foda vai ser explicar pras novinhas que grisalhas-cringes estão na crista da onda e que o combo de maturidade com liberdade é a maior onda. Bora surfá-la?

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