Eu tenho muitas paixões e uma delas é o caderninho de anotações. Tenho de todos os tipos. Caros, baratos, grandes, pequenos, coloridos, pautados, sem pauta, usados e novinhos em folha. Escrevo quando viajo, quando estou triste ou alegre. Escrevo para lembrar e depois jogar fora; para desabafar, para me lembrar da minha letra, e, o mais importante, para não me esquecer de como escrever à mão.
Tem caderninho que, em princípio, é temático, mas que acaba se misturando com outros. Abro um caderninho novo para filmes e livros, por exemplo. Não demora muito para virar um “porta-dúvidas” da futura consulta com a nutricionista.
Esse hábito de guardar a minha vida em papel vem de longa data. Quando estava no ginásio, começou a moda das agendas. Quem se lembra? As que eu mais gostava eram as de capas revestidas em jeans ou as que eu mesma customizava. Cabia “a vida” na agenda. Da foto do ator que gostava, do papel da bala que comi, do sabonete que usei, ao bilhete do filme que assisti. Uma parafernália de papel colado. No final do ano, a agenda nem fechava.
Foi só em uma viagem internacional que descobri os Moleskines. Paixão à primeira vista pelo caderninho revestido de oleado ou couro, de papel amarelado, com cantos arredondados e uma fitinha de marcador. Ah, e o melhor de tudo: tamanho ideal para caber no bolso dos viajantes.
A história da marca é uma verdadeira viagem
O caderninho de páginas costuradas era produzido desde os anos 1850 em Paris e já era chamado de moleskine por muitos escritores. Não há registros de quem tenha inventado esse apelido, mas há versões que explicam que o nome teria vindo da composição das palavras mole (touperia) e skin (pele), embora as capas fossem de oleado.
No entanto, foi uma italiana, Maria Sebregondi, quem levou a ideia de comercializar os pequenos cadernos para uma pequena papelaria em Milão, a Modo & Modo. A empresa se interessou em embarcar nessa empreitada e registrou o nome Moleskine.
Em 1995, após ler o livro “Songlines”, do escritor de viagens britânico Bruce Chatwin, Maria Sebregondi descobriu que muitas personalidades usavam pequenos cadernos para desenhar e escrever. Chatwin declara no livro que “perder um passaporte era a menor das preocupações; perder um caderno era uma catástrofe.”
Assim, em 1997, chegaram ao mercado os primeiros Moleskines e logicamente foi um sucesso. Se também é fã de caderninhos, vale conferir mais detalhes da história da marca como também os grandes nomes ligados a ela. Veja também como a empresa acompanha as inovações digitais.
Dica para anotar:
1) Li um livro muito legal que tem o caderninho como tema central: “A caderneta vermelha” por Antoine Laurain.
2) Maria Sebregodi está à frente da Fundação Moleskine, uma organização sem fins lucrativos que acredita que a criatividade transforma o mundo. Vale muito a pena navegar e ver os projetos da entidade espalhados pelo planeta.
2 comentários
Não sabia que o Moleskine era tão jovem. Tenho uma caixa enorme repleta De caderninhos e bloquinhos. O meu problema é escolher quando preciso iniciar um novo, sinto que o tema dA escrita tem que COMBINAR com o papel com a cor da capa…..não sei….. Mas essa é a minha percepção.
Também amo um caderninho e tenho vários: todos caóticos, embora comecem temáticos…E sobre os moleskines, por aqui também são uma paixão. Uso também em tamanhos maiores, e até a agenda! 😉