Xiiiiii, e agora? Dei só uma risada a mais e não segurei o xixi. Isso é normal? A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina e pode ser mais comum do que se imagina. Mas veja, não é normal.

Ela ocorre em 17% das mulheres acima dos 20 anos, 37,5% entre 35 e 50 anos e em até 55% das mulheres acima dos 60 anos, ou seja, está diretamente relacionada com o envelhecimento. Quanto mais velha e quanto mais tempo você estiver na pós-menopausa, maior o risco de você perder urina involuntariamente no dia a dia.

Apesar deste alto índice, em metade dos casos, as mulheres não reportam a perda de urina ao seu médico, seja por vergonha ou simplesmente porque acreditam que este fato é algo normal da idade e que ela precisa simplesmente aprender a conviver com o problema.

Mas não podemos pensar assim, ok? Até porque, perder urina tem as suas consequências que eu vou falar mais adiante… Existem diferentes tipos de incontinência urinária. É preciso separar o joio do trigo para definir, no final, qual o melhor tratamento.

A mais conhecida delas é a incontinência urinária por esforço físico, ou seja, perde-se urina ao pegar peso, tossir ou espirrar, subir uma escada e por aí vai… Este tipo de perda de urina está relacionada com o defeito nos mecanismos de fechamento da uretra que é uma válvula que fecha a saída do xixi, ou pela perda do suporte da bexiga pelo assoalho pélvico (músculos pélvicos que sustentam a nossa bexiga e a colocam na posição certa para funcionar da melhor forma).

Um outro tipo de incontinência urinária, mais diretamente relacionada à diminuição dos hormônios na menopausa, é a urge incontinência, que seria a perda de urina no primeiro sinal de vontade de urinar por uma bexiga instável. É mais ou menos assim: você tem a primeira sensação de bexiga cheia e precisa correr para o banheiro pois tem a sensação de que não vai conseguir segurar o xixi… E muitas vezes não consegue mesmo.

Isso ocorre pois o músculo da própria bexiga, o “detrusor”, manifesta contrações independente da nossa vontade, pela desregulação hormonal da menopausa. É a famosa “bexiga hiperativa”. Ao menor estímulo ela contrai para ser esvaziada. Existe ainda o tipo de incontinência urinária mista, que mistura os dois tipos acima.

Como eu disse antes, o fator “idade” está diretamente relacionado ao aumento de risco de perdermos urina, mas existem outras situações que aumentam este risco. São elas: a obesidade, o tabagismo, tosse crônica, o uso de medicações diuréticas, ser constipada, a menopausa, o número de filhos e o tipo de parto, também. Por exemplo, uma mulher que teve dois partos normais de bebês grandes, ou seja, com mais de 4kg, tem maior risco de apresentar perda de urina com o envelhecimento.

Ou seja, são muitas as causas que, juntas ou separadas, por sobrecarregarem o assoalho pélvico e bexiga, interferem na nossa habilidade de segurar urina. E como atenuar este risco ou tratar uma incontinência urinária já instalada?

A abordagem inicial da incontinência urinária passa pela mudança de hábitos. Dentre elas: parar de fumar, estabelecer uma ingesta de líquido em torno de 2 litros ao dia (e não muito maior do que isso), não segurar xixi, ou seja, deu vontade, vá logo ao banheiro para não sobrecarregar a sua bexiga e assoalho pélvico ou estabeleça uma rotina de parada a cada 2h para urinar, reduza a ingesta de café e álcool (ambos tem ação diurética que aumentam a necessidade de urinar), melhore seus hábitos alimentares ingerindo mais fibras para não ficar constipada e pratique atividade física sem esquecer de estimular a musculatura perineal, aquela que quando a gente contrai corta o xixi quando precisamos.

Sobre o tratamento propriamente dito, existem medicações como a terapia com hormônios, medicações que diminuem as contrações involuntárias da bexiga, a fisioterapia pélvica, o laser vaginal e cirurgias para corrigir o mau fechamento da uretra. Ou seja, existe saída!!!

“Tá, mas eu convivo bem com a perda de urina, ela é pequena e eventual, e não quero mudar hábitos, ou simplesmente já tentei e não consigo… E tratamento, não quero! Vou manter assim” Bom, a seguir vou te dar alguns bons motivos para tratarmos a incontinência urinária.

Estudos observacionais mostram que as mulheres com incontinência urinária têm mais chance de desenvolver uma depressão, têm mais chance de queda e de fraturar algum osso (com o envelhecimento, a fraqueza muscular não vai ser só do nosso assoalho pélvico) e a perda de urina tem chance de piorar com o tempo… Vai vendo…

Com o acesso à informação e de novas técnicas para a abordagem da incontinência urinária, da mais simples a mais complexa, não podemos nos alienar. Certo? O cuidar hoje vai te possibilitar um envelhecimento mais digno… Então bora se cuidar!!!

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