Por aqui, sigo sem muita inspiração. Desde março do último ano sem grandes novidades, trabalhando de casa e, praticamente, não saindo. Sim, a essa altura já sinto falta de ver gente e de socializar, mas, mesmo que já totalmente vacinada, seguro a emoção, respiro fundo e me mantendo segura (a variante Delta, aqui no Rio de Janeiro, está bem preocupante).

Então, esse título para mim, nesses últimos tempos, tem o gostinho quase que de algo absolutamente subversivo: saí de casa, organizei um tempinho para mim e a sensação de encontrar alguém querido e que não está no meu mundo particular (minha casa) é emocionante!

Geralmente, é sempre a mesma pessoa, a minha irmã de alma. No início da pandemia ficamos uns sete meses sem nos encontrar e confesso que foi brabo. Coincidentemente, o momento em que mais me senti sozinha e precisando desse colo.

Não sei se já comentei anteriormente, mas passei um período com o meus pais e a minha avó quase que sucessivamente na UTI. Sabe essas cenas de filmes em que a onda destrói um castelo de areia? Foi, praticamente, o que senti. Eu vivi, certamente, o período mais difícil da minha vida.

Passado o susto, me vejo em frangalhos, com a saúde péssima, insônia a mil e arrumando a minha casinha interna. Conheci e me apaixonei pelo boxe, que hoje já faz parte da minha rotina. Digo que o meu ano realmente só começou no fim de julho. Antes, estava em um trem fantasma ou em uma montanha-russa daquelas bem radicais.

Passar tudo isso sem o apoio dos meus amigos foi uma meleca. (Um dia eu chego na espiritualidade da Kika, também colunista e mulher que eu admiro horrores, e escrevo que foi uma merda! Por enquanto, vamos deixar assim. ?).

Então, sempre que eu tenho uma oportunidade de curtir um café com uma água com gás (na verdade, eu também peço um shot de limão, costume que aprendi em São Paulo), eu encaro como, praticamente, um tapete vermelho!

Engraçado que antes, mesmo em um encontro para um café, era inevitável dar umas checadas no celular. Agora, esquece. Só tem a minha atenção quando é algo urgente. A conversa é devidamente aproveitada e as risadas, muitas. Imagina colocar em dia meses de papo? Valeu, Whatsapp, você dá um help, mas não é o mesmo do presencial. Sorry!

E o trabalho? Hoje, por exemplo, me presenteei com uma tarde no clube. Encontrei minha grande amiga para almoçar e estamos trabalhando daqui. Só de estar em um local aberto, arborizado, sentindo o vento, outra paisagem…. Já me trouxe não apenas ânimo para organizar o meu trabalho, mas também eis que estou aqui escrevendo essa coluna.

Gente, será que seremos os mesmos quando o presencial voltar ou, a partir dessa pandemia, o mundo será totalmente híbrido? Eu confesso que mesmo já fazendo uma parte do meu trabalho em home-office, sinto muita falta da troca.

Peguei ranço do Zoom, podem me criticar, mas é o que tem para hoje. Gosto de conversar, de rir, de abraçar. De toda aquela espontaneidade que acabamos perdendo em frente ao computador. Já deu de lives, quero ver as pessoas que estão assistindo e acompanhar suas reações. Não existe mais a risada da risada!

Então, ultimamente, esse combo que eu amo é praticamente, uma festa. O que antes era algo quase que corriqueiro, hoje se tornou um momento raro, de ser apreciado até a última xícara. A saideira do café celebrada algumas vezes para a conversa render mais um pouquinho. E sempre comemorando as pequenas bênçãos diárias que recebemos!

Um beijo e até a próxima.

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2 comentários
  1. Você tem razão, Beta. Qualquer coisa que assemelhe-se ao antes da pandemia já me deixa no lucro. E olhe que sou apaixonada por trabalhar em casa, acho o híbrido uma ilusão e estou convencida que nasci para não colocar mais o pé em um escritório . Mas isso tudo vai passar. Até lá, sigamos firmes por aqui, pois com certeza o café por aqui também é saboroso.

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