Neste mundo repleto de urgências
e instantaneidades
ela caminha lentamente pelas ruas agitadas.
Sua mente está longe
há décadas atrás.
Ouve as vozes de sua infância,
sente que o vento tinha outro perfume,
outra energia e
outra vibração.
Sente saudades de ser criança
e pintar o mundo
com cores tão fortes.
Hoje suavizou suas telas,
seus sonhos.
Não sente tristeza,
apenas entende que o universo
é infinitamente maior
que pensara quando pequena.
E sorri silenciosa.
Hoje há muito mais paz em seu coração,
menos expectativas impossíveis de cumprir.
Realizou que é preciso bem menos perfeição
para ser feliz.
Respira fundo e segue
em total descompasso com a cidade alucinada.
O futuro não lhe causa medo,
é apenas mais um dos mistérios
que ela vai adorar descobrir.

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