Confesso que quando comprei esse livro, “Mulheres Empilhadas”, não sabia muito do que se tratava. Mas como sou do tipo de leitora que, gostando do autor, quase disseca a obra (até achar um livro que eu não goste, daí mudo o autor…. ???), quando vi que era da Patrícia Melo resolvi lê-lo. Fazia bastante tempo que não lia nada dela. Gosto da sua escrita, à lá Rubem Fonseca. Sabe prender a atenção do leitor.

Para a minha surpresa, o “Mulheres Empilhadas” retrata um triste fenômeno, mais triste ainda por ter crescido exponencialmente em 2020. O feminicídio.

Conta a história de uma advogada que resolve ir ao Acre para investigar feminicídios locais fugindo de um relacionamento abusivo. Acaba acompanhando de perto o julgamento do assassinato de uma índia. Mulher e índia. Mostra a triste realidade dos julgamentos em sociedades machistas os quais liberam os assassinos e “colocam a culpa” na morta.

Passeia na imersão da personagem na cultura indígena, nas suas fantasias, nos seus rituais, o bonito deles e como isso faz bem a sua alma, liberando seus medos, potencializando sonhos e a tornando mais forte. Marca categoricamente o fato de quanto a sociedade repete padrões e o quanto é ainda mais importante quebrá-los. Na abertura de cada capítulo, o caso de um feminicídio. Tudo isso num romance bem escrito.

Palavras escritas tem muito mais força do que uma notícia de telejornal. Tem a capacidade de tatuar seu significado. Fazem refletir. Elaborar sobre o tema. Apesar de ser um conto de ficção, não existe nada mais real e atual. Um assunto que a sociedade não pode deixar de lado, desmascarado em tempos de pandemia.

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2 comentários
  1. Bom te Ler. EXCELENTE resumo do livro, sem contar tudo. Sua bio, amei. AcheI SEMELHANÇAS. Escreva mais. Onde te ler?

    PS: sua opinião sobre A minHa escrita Seria IMPORTANTE para mim. Me dá a honra?

    ?

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