“Em um beijo, você saberá tudo o que eu não falei.”
(Pablo Neruda)

O título de hoje lembra brincadeira de criança: “abraço, beijo e aperto de mão” acho que era algo assim. Mas não é. Dia desses me vi lembrando de algumas coisas especiais e deu vontade de escrever.

Começou quando estava vendo um filme com meu pai – acho que era o “Ladrão de Casaca” – e ele, mesmo sob a sombra de um Alzheimer ingrato, não deixou de comentar e determinado ponto: “Agora ela dá aquele beijo nele!”… Com destaque no “aquele”.

Me fez lembrar de coisas que a gente aprende com os pais e que ficam.
Como aprender a dançar valsa para a primeira festinha. A “aula” foi com minha mãe e minha avó ao som de Chopin, que minha mãe adora. Ou dar o primeiro nós de gravata com meu pai.

As lições foram boas, não erro nenhum dos dois até hoje. À luz do comentário dele, lembrei de alguns “ensinamentos” que ele passou. Comecemos pelo aperto de mão. “É seu cartão de visita, filho”, tem que ser firme, breve e olhando nos olhos da pessoa. Nada de “mão mole” ou pegar a ponta dos dedos, pelo amor de Deus!

Hoje em dia com essa pandemia, virou moda cumprimentar com “soquinho”… Ai que raiva! Estou vacinado, uso álcool e cumprimento dando a mão sempre que possível.

Sem dar uma de Trump, por favor! Cara grosso, não larga a mão dos outros. Fica chacoalhando. E sem “mãozinha de alface” porque irrita. Às mulheres, um aperto de mão delicado. Forte, com os dedos entrelaçados também vale.

Tem também o abraço. “Abrace forte, sem esganar e sem parecer que vai sair correndo”. Nada daquele abraço grude. Tem gente que não curte muito carinho e tende a dar abraços breves, respeite.

Abraço
O abraço em “Ghost”

Mas não conheço ninguém que não goste de um bom abraço. Além dos efeitos curativos – abraço faz bem pra alma – um bom abraço pode demonstrar um monte de coisas: amor, carinho, proteção, cuidado ou só a quietude que se precisa de quando em vez.

Abraço é bom de amigo com amigo. Abraço de mãe. Abraço com beijo cumprido. Abraço com choro ou abraço quieto. Não importa, abraço é bom demais. Se vacinado, abrace. Não deixe para depois.

Me arrependo hoje de cada abraço que a minha enteada queria me dar quando eu chegava em casa e, bobo eu, não me entregava aqueles segundos de afeto. Que regressem todos os abraços perdidos!

E tem o beijo. Ahh, o beijo! Daria para escrever um livro só sobre o beijo. “Beije com cuidado, sempre…” Dedique-se a cada um como se fosse único. Tem muita gente concorda que o beijo é um prelúdio do sexo. Não creio que seja a regra.

Como no sexo, o beijo depende dos dois e, se um beija mal, não tem muito o que o outro possa fazer para compensar! Bom mesmo é beijar sem estar pensando no que vem depois. Beijo bom é aquele que você não quer parar, não quer que acabe. Aquele que você lembra e sente vontade de mais.

Pode ser um beijo rápido, indo embora, ou “aquele” beijo de saudades, não importa. Tem coisa melhor do que aqueles segundos antes do beijo? Talvez, aquele começo, quando você pensa: “Wow, que beijo bom!” e se solta…

Incrível como tem gente que faz errado! Para o beijo para dar mordidinha, enfia a língua na boca do outro, coisa chata! Não sabe? Treina em casa depois vai beijar!

Calma, ritmo, cuidado… Vai se achando no beijo e deixa o resto acontecer. Vocês sabem que gosto de filmes e não faltam referencias de beijos icônicos. E todo mundo lembra de um em especial.

O beijo que marcou minha adolescência foi o do Tom Cruise na Kelly McGillis, em “Top Gun”. Mas dos clássicos e emblemáticos fico com Burt Lancaster e Debora Kerr em “Um Passo da Eternidade”

Beijo é bom demais. Com abraço junto então, nem se fala. E por último e não menos importante: “Conheça a sua bebida, e saiba beber.” Essa regra está mais fácil de cumprir aos 50 anos.

Por exemplo, não sou do vinho. Posso tomar umas taças num almoço ou jantar mas definitivamente não é minha bebida de escolha. Fico com os destilados, prestando sempre atenção a não misturar Ingleses ou Russos com Mexicanos… Nada pior do que um porre de gin e tequila para estragar a noite.

Afinal, o propósito do drink é regar uma boa conversa ou o encontro com quem se quer, e a gente nunca sabe se depois de uns Martinis não vem “aquele” beijo… Ou tudo mais.

Filme de hoje fico com o ex trapezista Burt Lancaster e Debora Kerr.

E a música, uma de tantas com abraços e beijos; “This Arms Of Mine” com Otis Reding…

“…I need your arms, loving arms to hold me tight
And I, I, I need your, I need your tender lips, to hold me
Together when I’m right with you…”

Cheers!

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