Hábitos, pessoas, animais, comidinhas, doces, vinhos, chás, chimarrão… A lista do que “não vivo sem” é grande. Hoje confesso: não vivo sem pães. Acompanhado de café, chá (sobre chás especiais e infusões falo um dia destes) e vinho, o pão pra mim é insubstituível na primeira refeição do dia.

Até me esforço em comer biscoitos de arroz (bem menos calóricos e primos do isopor) e esquecer o pão nosso de cada dia, com manteiga, requeijão ou geleia. Mas sofro tanto. Duram poucos dias minhas tentativas de dietas sem pão.

Não vivo sem pão desde criança. Minha felicidade ainda hoje é ir a padarias. Há quem goste de conhecer pontos turísticos, igrejas. Eu prefiro conhecer as lojas de pães (pastelerias, padarias, boulangeries). Sentir o cheiro, ver aquelas imensas formas deixando o forno carregadas de pão, despejando todos em prateleiras ou cestos…

Essas rotinas de quem elabora e vende pão sempre me fascinaram. Sério. Casas charmosas que embrulham em papel pardo, na parceria de uma geleia de frutas… Isso não tem preço.

Estão entendendo porque não consigo voltar aos meus 50 quilos? Mas, vamos combinar: atire a primeira croissant quem nesta pandemia não ganhou gramas? Eu esqueço todas as promessas quando enxergo um pão. E, se desejo comer um daqueles lá da minha infância, mãos à obra. Pães salgados, com ervas… hummmmm! Adoro!

Pães

Procuro sempre novidades caseiras. Me arrisco em fazer pães. Minha mãe fazia maravilhas e convidava as amigas para chás com “pães carequinhas” (são redondinhos e lisinhos), cuca (pão doce de origem alemã chamado Streuselkuchen que é tradicional no Sul do Brasil, especialmente na região de colonização alemã), pão com trança simples e pão jacaré (hoje diriam que se trata de um pão que tomou vacina), pão cacetinho, pão d’água e pão sovado.

Ahhhh! Querem saber meu preferido? Difícil. Não me arrisco a apontar apenas um. Amo pão meia lua, pão de mel, pão de queijo, pão árabe. Gente! Porém, há um que chamo de pão da saudade: a galleta. É uma especie de bolacha tradicional no Uruguai, crocante por fora e macia por dentro. Cai bem com café ou sem nenhum acompanhamento.

Galletas (ou gajetas como dizem os fronteiriços) é o pão mais gostoso da minha infância, o preferido do meu pai. Ele costumava fazer uma espécie de molho: misturava azeite extra virgem com uma pimentinha, acrescentava um pouquinho de vinagre, abria a galleta e passava naquela mistura. Não vivo sem pão e, se descubro onde há galletas (aqui em Brasília não achei) podem ter certeza que vou lá comprar. Me conte: você vive sem pão ?

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14 comentários
  1. Também sou daqueles com dificuldade de viver sem pão. melhor nem pensar muito no pão agora para não dar água na boca. mas, vamos lá, uma fatia de pão quentinha com manteiga derretendo-se por cima e escorregando até a casca é tudo de bom…

  2. Lindo texto, embora eu Tenha banido por comPleto PÃes da minha vida. Taaaaalvez um croissant num domingo em paris… beijo, querida!

  3. Deva, teus textos provocam recordações, memórias. Lembrei dos paes da minha infância – “Mão de cais” e “meia luna” da padaria estrela no bairro fragata, em Pelotas, RS. Também fazem parte as “Vovó sentada” e os “dentinhos”. Dei um google, não encontrei nada sobre a mao de cais e meia lua . AINDA FALANDO EM PÃES, Passeando por paris, encontrei a Rue du Cassete, ONDE EXISTIAM antigas pradarias, COM EXCELENTES PÃES, ORIGEM DO PÃO CASSETE, TAMBÉM CONHECIDO pão francês.

  4. ADOREI ESSE TEXTO! ESTOU IGUAL, UMA SEMANA SEM PÃO E LOGO CAIO EM TENTAÇÃO! E, SE MEU MARIDO TRAZ GALLETAS ENTÃO… NOSSA! AQUI EM pelotas temos todas as variedades, e os pães de fermentação natural estão com tudo!

  5. Adorooooo “cacetinho” crocante por fora com manteiguinha ou com o vinho frito de gema mole hummnn, Pão com alho (caseiro) e pao feito em casa!!!
    Já a Martina apaixonada por pao de queijo tradicional ou com promoções!

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