Primeira coluna por aqui e resolvi escrever sobre um assunto que vem ocupando boa parte do meu pensamento: moda consciente. Muita gente associa o consumo consciente ao pensar antes de comprar, avaliar as necessidades e tal. Sim, isso é um raciocínio muito importante, mas não é o único que o define. Consumo consciente é aquele que gera menos impacto negativo para o meio ambiente e maior impacto positivo nas pessoas.

Na hora de comprar é preciso pensar nos danos que aquela peça de roupa traz para o planeta. A roupa que menos causa impacto é aquela que já existe, mas se todo mundo comprasse em brechós, trocasse suas roupas ou simplesmente vivesse com o que já existe no armário, a economia mundial iria sofrer um golpe e tanto. Imagina o número de pessoas desempregadas…só no Brasil essa indústria representa 16,7% dos empregos (número dado pela Abit em dezembro de 2019). Vai pensando na cadeia produtiva, desde o agricultor que planta a matéria prima até a vendedora. Muita gente. Não seria nada bom o resultado de uma parada total, teríamos um daqueles grandes dilemas na mão. 

Então vim aqui contar algumas das coisas que faço como consumidora de moda. Uma delas foi incluir brechós na minha lista de possibilidades de lugares de compras; outra foi procurar por produtores locais quando compro de lojas, pois assim evito o deslocamento do produto – o que contribuiria para o aumento das taxas de emissão de gás carbônico – e movimento a economia local. Existem também pequenas marcas que trabalham com upcycle, sou fã dessa modalidade. Acho sensacional a reutilização da matéria prima já existente. Além disso, quando compro em marcas maiores, procuro pesquisar seus compromissos com uma produção limpa, saber se a empresa contrata mão de obra legal, olhar o tipo de embalagem que ela utiliza, se alguma parte da produção trabalha com tecidos reciclados e se é livre de crueldade animal. 

Aliás, aqui vai um adendo importante: novas tecnologias estão sendo criadas, por isso grandes empresas conseguem produzir peças com baixíssimo impacto ambiental. Lyocell, por exemplo, é um tecido feito a partir da celulose ou pasta de madeira; a Chanel atualmente usa uma “seda” que vem dos restos da laranja no lugar da seda tradicional, que mata milhares de borboletas para produzir uma blusa; Jeans é um tecido que pode ser produzido pelo refiamento de outros jeans já existentes, e essa técnica permite um total aproveitamento do tecido, já que pedaços minúsculos podem ser utilizados.

Outro ponto extremamente importante a ser considerado é o pós-consumo. O que fazemos com as nossas roupas conta muito. Como cuidamos, o quanto e como lavamos e passamos. Tudo isso impacta também no planeta.

Nós, como consumidores, podemos exigir mudanças e podemos optar por marcas que representem mais a nossa consciência ecológica, e com isso manter a economia ativa e evitar que o “cheque especial ambiental” estoure.

Sobre as marcas indicadas nas fotos em ordem alfabética:

Abapha – @abaphaa – é um híbrido de brechó, upcycle e pequena produtora de peças. Destaque para o fabuloso trabalho de tingimento e super curadoria da Flávia Monteiro.

Cacareco – @ocacareco – brechó carioca que tem como prioridade ser acessível a todos, tem uma variedade enorme de produtos, desde peças infantis, passando por roupas em todos os tamanhos e terminando em livros e objetos de casa.

Infinito Possibilidades – @infinitopossibilidades – é a marca da dupla Luciana e Renato, eles trabalham com madeira de descarte e criam lindas peças

Linus – @use.linus – primeira marca brasileira de sandálias de plástico veganas. Elas são livres de metais pesados, compostas por 70% de fontes renováveis e 100% recicláveis.

Mikbah – @mikbah – marca carioca super slow fashion, tão slow que produz as peças no tamanho da cliente, caso a grade disponível na loja não funcione, e produz peças sob demanda. Como por exemplo o lenço que está na  minha cabeça e é da cor do macacão.

Renner @lojasrenner – loja de departamento que tem o selo Re, onde indicam as peças que foram produzidas com responsabilidade social e ambiental.

Rycca Brechó @rycca_brecho_boutique – brechó que vende roupas num mix de peças interessantes e tem um atendimento super atencioso da Cláudia Amorim

Autor que gosto muito: André Carvalhal, @carvalhando

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Ah, a Ana tem um perfil incrível no Instagram, o @diariodeumcloset, onde postas seus looks diários cheios de bossa

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1 comentário
  1. Nada como ler um texto conhecendo a pessoa e sabendo que ele é repleto de verdades e responsabilidades. Ana é uma daquelas pessoas que se compromete com tudo o que faz e quando se engaja, sua energia solar se espalha e contagia a todos em volta. Parabéns pelo texto e por ser essa pessoinha maravilhosa.

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