Minha incursão no Inconformidades tem sido cada vez mais agradável, e esclarecedora! Um grupo extremamente heterogêneo de mulheres inteligentes, com histórias de vida incríveis e botando fogo no celeiro das discussões diversas.

(Na foto acima, o elenco feminino do filme “Nine” por Annie Leibovitz)

Como homem, tem sido uma saudável experiência de ouvir coisas novas e buscar compreender um pouco mais desse tudo que são os 50 anos, pois se uma coisa é comum a todos com 50+ é o fato de trazermos uma bagagem de vida respeitável.

Outro dia em uma live mencionaram que “não gostamos de falar do passado, mas ele está lá”.
É verdade.
Se o seu passado é um porre de “51” certamente você não vai querer falar dele mesmo!
Mas se ele é uma deliciosa coletânea de Proseccos, Caipirinhas, Moscow Mules e Negronis com companhias diversas, nada mais divertido do que olhar para trás.

Afinal, como diz Ana Paula, minha querida amiga e sócia: “No alto dos nossos 50, passamos por tantas boas (e ruins) para chegar na plenitude…”. Não importa quantos Martinis, Lexotan ou horas de terapia que você precisa para passar a semana, mas a capacidade adquirida de se conhecer e se reconhecer.

Além do mais, a vida tem sido muito boa com a gente, pois chegamos com cabeça, saúde e oportunidade de olhar para o que foi, o que vem e o que queremos que venha.

Nosso compromisso, mais que nunca, passa a ser o que é leve, e faz bem. Isso vale para o trabalho, amizades e relacionamentos. E os relacionamentos podem ser relâmpagos, duradouros ou repetidos, o que importa é a essência.

Nada mais natural aos 50 termos um passado amoroso, principalmente, se casamos e separamos algumas vezes durante a vida – é algo inevitável. E falar desse passado faz bem! Contar causos de outroura geralmente nos leva a dosar um pouco do presente, ainda mais se o atual está ouvindo.

Se ele ou ela não tem maturidade para entender que “os outros são os outros e só”, que cresça, ou supere seus medos. Com 50+ o “jogo” muda. E quando dá vontade, tem mesmo é que falar um monte! Botar a boca no trombone e contar exatamente, tin tin por tin tin o que aconteceu…

Diário de uma Paixão (2004)

É uma maneira de evitar os mesmos erros, de rir da vida e de lembrar o outro – e você mesmo – de quem você é, ou não é! Talvez sua vida tenha sido um “Diário de uma Paixão” ou esteve mais para “Psicose”, sei lá, mas chegamos numa idade em que temos certeza de não querer mais ficar “Dormindo com o Inimigo”.

A gente se expõe mais? Acho que sim. Ao saber o que queremos e não queremos, passamos a ser mais honestos com os outros e com a gente mesmo, somos mais seletivos, ficamos naturalmente mais restritivos à relacionamentos superficiais ou intensidades desgovernadas.

Adquirimos a maturidade de olhar para trás e saber o que amamos e o que não suportamos mais. Trocamos de bom grado um “fuck” mal-dado por um “brainfuck” de horas regado a bons drinks.

Como diz a música: “Já sabemos olhar o rio por onde a vida passa… Escuto o silêncio que há em mim e basta.” Nos bastamos. E precisa ter muita maturidade para viver isso, e dos outros para viver com a gente. Talvez por isso os amores tardios são os melhores… E acredito que realmente são.

Depois de um tempo, a gente quer paz, sexo bom –o que não necessariamente é sexo sempre- boa companhia, estímulo intelectual e muita cumplicidade. A maturidade nos ajuda a alcançar isso.

E por falar em amores tardios, me lembro de dois filmes que na minha opinião são excelentes exemplos disso tudo; “As Pontes de Madison” e “O Encantador de Cavalos”.

O primeiro, dispensa comentários e quem não fica com nó na garganta naquela cena final, está mentindo ou é ruim da cabeça. O segundo é sobre histórias pessoais e escolhas… Afinal, “knowing is the easy part”.

Hoje fico com a música que melhor resumiu meus 50 anos; “Pra Rua me Levar” com Ana Carolina e Seu Jorge.

Cheers e até a próxima conversa!

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Fiquei um tempo totalmente sem criatividade pra escrever. Descansar é preciso, viu? Além disso, um conselho: pratique o unfollow terapêutico.