Tô há tempos pra escrever sobre uma live que eu participei kazamiga desse site. A gata, do outro lado da tela, sai com essa pérola: me colocaram num grupo de zap batizado Repescagem. Só com homens horizontalmente disponíveis. Como assim?

É leitora… é isso mesmo. Enquanto temos grupo de conversas reunindo família, trabalho, galera da academia, igreja, condomínio… criaram em São Paulo um grupo para içar, em momentos oportunos, gatinhos e gatões a fim de um rolo no novelo. Justo. Justíssimo diria.

Ali no grupo todos sabem que podem contar (seria esse o verbo?) com a ajuda alheia. Nada complicado. Basta uma mensagem e formou. Tipo delivery só que com a certeza do gosto de cada comida.

O Jorge, por exemplo, é de comer rezando. O Matheus, fastgood, aquela rapidinha. Silvério, ah esse requer expertise de mil talheres pois antes da orgia, convoca um fausto intelectual. Já o Fred, atlético, cheiroso, hedonista, é puro prazer, mas um auto prazer. Ele se come enquanto você acha que está interagindo.

E nessa nova forma de comunicar o sexo, elencado quase num aplicativo de tipos variados, eu celebro a tecnologia. Quando vem uma mensagem neste grupo todos sabem o manual de conduta e seguimos assim, descomplicando. Claro que antes tem convites pra festas em casas de desconhecidos; almoço de domingo reunindo pessoas aleatórias; viagenzinhas curtas – no weekend – com gente de interesses afins.

Não é putaria. É clubinho, gueto, seita, tribo. O objetivo final é acasalar, mas no meio disso tem muito gin, troca de experiências, altos papos. Na maturidade é um achado. Para que tanto salamaleque? Se você quer sexo, só sexo, aqui é seu lugar. E não gostou da oferta? Troca. O que pode ser um horror pra você , serve pra outra amiguinha. Acho que vou criar a versão carioca. As mina balzaca de Copa, Ipanema e arredores vai pirar.

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Foi a transição dos cabelos e pentelhos brancos que me levaram a essa reflexão. Sou uma mulher grisalha mas com muita lenha pra queimar.