Eu sempre me interessei por histórias de mulheres empreendedoras, daquelas que arregaçam as mangas e perseguem uma ideia até ela se materializar. Não sei se é a minha formação jurídica ou minha carreira, que passou (até agora) longe do empreendedorismo na área da moda ou beleza, tudo o que se refere a esse universo me fascina.

Por esse motivo eu quis entrevistar essas mulheres guerreiras, que criam uma marca do zero e dão vazão à sua criatividade. Que têm como propósito deixar as mulheres mais lindas e felizes com suas criações -quer coisa mais gostosa?

A minha musa de hoje é a minha amiga maravilhosa Roxanne Duchini, que além de ter uma história pessoal digna de um filme, faz os quimonos e cáftãs mais chiques do universo.

Claudia Arruga – Roxxie, acho a sua história impressionante. Como você chegou aos 60 anos super ativa e criativa?
Roxanne Duchini – Você falou uma coisa interessante: como cheguei até aqui tão ativa e criativa? Acho que cheguei até aqui porque sou criativa! Acredito que a própria reciclagem e a reinvenção são as melhores ferramentas. Mesmo que doa e que se perca muita coisa, é preciso se animar.

Cecilia Buchignani

Você já trabalhou com lingerie e agora faz os quimonos mais maravilhosos. Como tudo começou?
Na verdade eu sempre trabalhei com tecidos nobres. Fui uma das pioneiras em trabalhar com lingerie de seda, na época do presidente Fernando Collor (começo dos anos 1990). Quando as importações começaram, os primeiros quimonos que chegaram por aqui eram de material sintético, uma pena. Parti depois para a decoração, sempre trabalhando com tecidos lindos. Fiz coleções de seda pura para o Beraldin e para a Conceito Firma Casa, que vestiam lindamente almofadas e cadeiras.

A pandemia afetou todo o comércio, inclusive o online. Como você lidou com isso?
No começo fiquei completamente paralisada, mas lentamente fui à procura de soluções. Meus fornecedores começaram a me enviar as sedas que escolho online. Mas o melhor de tudo foi o meu processo interno: ante todas as dificuldades, de repente me vi cortando TODAS as peças que vendo, o que abriu o meu processo criativo. Além disso, combinar as estampas da seda tem sido uma bela terapia mental, um exercício de paciência com possibilidades que nunca tinha pensado antes.

Você fazia viagens anuais para a Índia em busca de matéria-prima. Quais são seus planos futuros?
Se a situação por lá melhorar, pretendo viajar agora, no final do ano. A Índia é e sempre será a minha inspiração.

Roxxie, qual o perfil da sua consumidora?
Ah, eu atendo um mix de mulheres. Elas geralmente são viajadas, cultas, não curtem muito “modinhas”. Mas o mais bonito é ver como os quimonos acabam virando um objeto de desejo -muita gente manda mensagens apreciando minha arte. Acredito que esse é o melhor presente que um artista pode ter.

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