Virei a Rainha das Lives de Ipanema. Uma Teresa Cristina da Zona Sul. Foram mais de 100 entrevistados – a maioria mulheres e quase sempre 50+. Adorei ouvir minhas contemporâneas. Aprendi, juro.

A dica do bicabornato como multiuso para clarear dentes, panelas e joias. Usar a porra do cara na face depois da transa falseando um colágeno básico (essa todas já conheciam né). Banho gelado para endurecer as pelancas. Misturar Bepantol com Hipoglós e lambuzar o corpo flácido pra hidratá-lo. Mas o que eu mais gostei foram as dicas masculinas, ou melhor, as observações. Eles nem reparam na celulite na hora de acasalar. Pentelho branco assusta homem? Apaga a luz filha. Só não dá pra descuidar dos dentes. Não sei se já avisaram a vocês, mas pivôs, implantes e próteses removíveis serão seu novo linguajar. Mas aqui o babado é monetizar.

Tantos conselhos para criar um linktree e oferecer palestras, webinars, jornadas e imersão no novo saber. Falou-se em vender saberes, mas se você é boa na cozinha parte para o delivery. E haja curso de mindfulness, respiração e autoconhecimento. Fiz Live com blogueira faxineira e com o Presidente da Câmara. Fui parada na praia pra ganhar elogio de desconhecidos. Saí em coluna social (isso ainda existe?).

Me chamaram para Lives de terceiros e em muitas eu ainda cobrei um dindin. Oxalá ouviu minhas preces pelos muitos boletos mensais. E lá pela quinquagésima-oitava eu já misturava um pouco os meus roteiros. E nessa teia de pautas e sugestões de fala eu fui gostando do riscado. É bom saber que o que a gente faz agrada. E descobri isso na maturidade.

Então – por mais que esta pandemia tenha sido um trem-fantasma, o saldo tem sido uma roda gigante. E espero ficar no topo, observando tudo de patroa 

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Eu sempre revisitei o meu passado através das músicas, misto de bússola com termômetro e confesso que quando morre um artista gigante, há uma fusão de lágrimas e sorrisos enquanto grudo meu ouvido no fone. E juro, posso contar minha vida não apenas pelos anos vividos mas pelas canções de Rita Lee.