“A vida é arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”
(Vinicius de Morais)

Na dica para escrever da minha querida amiga Ana Paula Dupont, caí no “Samba da Benção” do poeta e diplomata Vinicius de Morais. Quem me conhece sabe que sou de letra e de música, e nesta, acho interessante que no samba “da Benção” – uma coisa tão maravilhosa que Deus dá – o poeta, de saída, lembrar que sem tristeza não se faz um samba.

“O samba é a tristeza que balança e a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não”. Taí a benção. A tristeza acaba e a alegria, uma hora, vem de novo. Não escrevo por acaso não. Foi uma semana de desencontros, desses grandes da vida.

Afinal, se você anda “feito essa gente que anda por aí brincando com a vida” uma hora toma um “cuidado, companheiro” e lembra que a vida è mesmo pra valer. E, como no samba, desta vez o “cuidado companheiro” veio com tristeza.

Tristeza de abusar do bem. De não traçar limite, de andar na beira.
Tristeza da desesperança.
De esquecer que muitas vezes as nossas escolhas, por mais simples, fazem parte de um todo de alguém que importa e se importa.

Por mais valor que se dê, ou sentimento que se tenha, sem a atitude certa fica tudo parecendo molecagem. O amor tem que ter cadência como diz o profeta. A cadência que harmoniza tudo, cumplicidade, respeito, liberdade, cuidado.

E se não tem, a conta vem. Não tem jeito. E olha que ela vem de supetão, não sobra nem um abraço de onde vinham tantos. Desencontro é coisa séria. Por isso que quando ele vem a gente corre lá atrás da benção a fim de acalmar a tristeza e renovar esperança em coisas boas.

E tem. Ah, como tem benção na vida!
O arrego do amigo. O abraço da amiga. O beijo da família.
A irmã com o “te amo” ou o sobrinho para tomar cerveja junto ou ajudar a fazer mudança.

Tem também os encontros! Como não falar deles!? Aqueles que não se abalam com as circunstâncias. Os amigos novos que não se perdem. Os que correm para junto para entender e aconselhar. Os que continuam tocando violão para você cantar. Não é à toa que, na música, o Vinicius abençoa os amigos. Carinho é benção que fica, que sustenta.

E tem drinks… É, sempre tem drink na história! Negronis para contar o que acontece, para regar o arrependimento ou para celebrar novos encontros. Afinal, a vida é a arte do encontro, e nunca sabemos como começa o próximo capítulo.

E no fim, se ficar só um pouquinho do todo que se tinha, já é um tanto de coisa boa que faz a gente querer viver mais. Taí meu samba. Porque na vida, sem a gente dar conta, se reencontra, se acha, se encontra.

Termino com um brinde, dos que eu mais gosto e que levo comigo na pele. “L’Chaim” ou “à vida”. Um brinde que tem mais de 2.000 anos de história e que na minha opinião resume, sempre, tudo o que se pode esperar ou desejar.

Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppolla

O filme, por mais obvio que seja “Encontros e Desencontros” (Lost In Translation – 2003). Afinal, não importava a o que os dois tinham na vida, quando se encontraram foi especial.

Música, além do “Samba da Benção”, deixo uma que me saltou aos ouvidos nestes dias: “Things That I Lean On” com Jason Isbell e Wynonna & The Big Noise.

…”Psalm 23 when I’m scared to death
A sleeping pill and my mind won’t rest
A little BB King when the thrill is gone
These are the things that I lean on
God’s grace when I’m looking on a dangerous path
…These are the things that I lean on…”

L´Chaim!

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