Pois é, foi através dessa questão que eu parei para pensar e estudar mais sobre a forma do corpo que adquirimos no climatério e menopausa…Sempre há o que aprender e a ensinar, não é?

Então lá fui eu na base de dados mais famosa para a comunidade médica que é chamada Pubmed. Primeiro digitei: aumento das mamas e menopausa. Não encontrei nenhum artigo relacionado. Fui refinando a busca e cheguei no termo: distribuição de gordura e menopausa. Nessa busca encontrei diversos artigos de ginecologia e endocrinologia e estruturei o texto a seguir baseado no que eu li.

É bem verdade que eu já sabia que a diminuição do estrogênio na menopausa propiciava um metabolismo de energia um pouco diferente do que estávamos acostumadas quando jovens. Na menopausa, além do ganho de peso e uma dificuldade maior de queimar gordura, há também uma distribuição diferente. Passamos a concentrar mais gordura na região abdominal e no tronco como um todo. Como eu já falei num dos meus textos do Inconformidades: saímos do corpo pera (que acumulava gordura nas nossas coxas e bumbum) para o corpo maçã (onde o acúmulo de gordura ocorre na região abdominal e no tronco como um todo).

Já se sabe há algum tempo que os receptores celulares de estrogênio, uma espécie de fechadura que aguarda a sua chave para funcionar e que fica na superfície da célula aguardando o estrogênio (chave), estão distribuídos pelas células do nosso corpo, desde o cérebro, osso, mama, útero, vagina, bexiga, fígado, intestino e inclusive, o tecido gorduroso. Com estrogênio, que é a nossa chave, as células gordurosas recebem o comando para se depositarem na região das coxas e bumbum. O famoso corpo violão.

“Ahhh, como eu amo esse hormônio…”

Aí chega a menopausa e o estímulo com estrogênio no tecido gorduroso desaparece e por ausência desse estímulo a gordura passa a se acumular mais na região abdominal e tronco, mudando a forma do nosso corpo. Um metabolismo de distribuição de gordura mais parecido com o dos homens. De novo, corpo pera vira o corpo maçã.

Associado a isso, nessa fase, apresentamos mais facilidade de ganhar peso pela mudança no metabolismo de energia/gordura, também gerado pela falta do estrogênio. Estudo com ratas de laboratório que foram oforectomizadas (submetidas a cirurgia para a retirada do ovário), observou-se que elas acumulavam mais gordura no abdome, apresentavam aumento do apetite, diminuição da disposição para atividade física espontânea e mais dificuldade para a queima da gordura com dieta, que é o que chamamos de lipólise.

Bom, agora vamos ao tema central do nosso texto. Quando falamos de acúmulo de gordura abdominal estamos nos referindo ao deposito de gordura em órgãos internos, como fígado, intestino, rim e de um maior acúmulo de gordura em região do tronco como um todo, costas e até no pescoço. Com isso, concluímos que o aumento do volume das mamas ocorre por um maior acúmulo de gordura nessa região associado à facilidade de ganhar peso que ocorre com as mulheres na menopausa.

E o que fazer? Sentar e chorar? Trocar todo enxoval de lingerie? Olha, caso aumente o número do sutiã, é melhor trocar sim, até por uma questão de sustentação adequada das mamas. Fora isso, podemos aumentar a quantidade de atividade física (malhar mais), diminuir a ingesta calórica (comer menos) e contar com os benefícios secundários da terapia hormonal, caso você faça.

Sim!! A boa notícia é que a terapia hormonal melhora a distribuição de gordura e auxilia no metabolismo, ajuda a termos mais disposição física para a atividade física e facilita a quebra da gordura quando estamos de dieta. Ulala!!!!! Olha a terapia hormonal nos salvando mais uma vez!!!

“Andrea, eu faço tudo isso e não volto ao meu número dos anos da pré-menopausa.”

Bom, existe uma questão que não pode ser deixada de lado que é do próprio envelhecimento e de que, mesmo com a terapia hormonal, muita atividade física e dieta, não vamos resgatar por completo aquele metabolismo de moça. Por isso, o primeiro passo é da consciência dos fatos que eu enumerei acima, depois a mudança de hábitos possível e, por último, a aceitação de que estamos envelhecendo e que o corpo vai mudar mesmo, independente do nosso desejo de ser jovem “forever” e ficar tranquilas com isso. Concordo que é difícil, mas pode ser o caminho para fazermos as pazes com o nosso corpo maduro.

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