Leila compra uma bicicleta. Aos 43 anos ela compra sua primeira bicicleta. Sempre gostou de movimentar-se e, na verdade, fazer musculação sua é paixão. Mas, casada com Oswaldo, trabalhando muitíssimo, mãe de um menino de sete anos, falta tempo para fazer esporte. Come muito, toma muito vinho. Leila está gorda. Insatisfeita com seu corpo. Sentindo-se feia e completamente sem libido. Então Leila compra uma bicicleta. E Leila cai. Quebra o cotovelo, e, depois de tirar o gesso, deve fazer exercícios de mobilização com um fisioterapeuta, para conseguir movimentar o braço como antes, que nunca mais se estenderá completamente.

Marca um horário e, na hora marcada, está ela sentada na sala de espera, quando André, o fisioterapeuta, aparece na porta e a chama. É a única paciente a esperar, a última do dia. Quando Leila vê André na porta, sua respiração para e ela se arrepende de não ter arrumado melhor os cabelos e feito uma maquiagem leve antes de sair de casa. “Que homem!”, ela pensa. Algo está no ar. Leila se espanta por sentir tal atração, há muito que não sente tais coisas. Sua vida sexual é praticamente inexistente, tirando as vezes que tem que ceder às vontades de Oswaldo, para manter a paz em casa.

Durante a sessão de fisioterapia, André conversa, é alegre, cheio de bom humor. Os 45 minutos passam como se fossem cinco. Marcam a nova sessão, serão dez num total, de acordo com a receita médica. Leila dirige o Jeep de volta para casa. Está, de alguma forma que não se sente há tempos, alegre, excitada e feliz.

Três dias mais tarde, segunda sessão de fisioterapia, não sem antes lavar e escovar os cabelos, deixá-los soltos, é como se acha até bonita, e não sem antes passar um blush, um batom, um rímel. La vai Leila. Mais uma vez, o tempo passa rápido, a conversa rola solta durante a consulta.

Terceira sessão de fisioterapia. Arrumadinha, Leila vai. Como sempre, senta-se na cadeira, André massageia o cotovelo, estica o braço operado, conversa, ri. “Dessa vez eu vou virar o seu braço e movimentá-lo por trás. Isso é necessário, para que esse tipo de movimento também seja exercitado.” Ele se coloca de pé atrás de Leila. Pega o braço dela, o vira para trás e vai massageando o cotovelo, enquanto puxa cada vez mais seu braço para trás. De repente, Leila sente que sua mão está sendo colocada em cima da braguilha de André. Ele é muito sutil, faz tudo com muita leveza. Dizendo “e agora precisamos de mais mobilidade ainda” dirige a mão de Leila de tal forma, como se esta estivesse acarinhando seu pênis por cima de suas calças! Leila fica paralisada.

Pensa: “O que acontece aqui? Ele está realmente fazendo isso ou é apenas uma coincidência?” E o pior: ela gosta! Livra sua mão de supetão e diz: “O que você está fazendo? Isso não está certo!” André replica: “Dentro do tratamento de fisioterapia tudo é certo, tudo é possível.” Leila se levanta, indignada. Sai da cabine de tratamento, se dirige ao balcão de atendimento para pegar sua carteira de saúde. A mocinha, a qual geralmente atende lá, já não está mais, Leila foi novamente a última paciente de hoje. André vem ao balcão ao seu encontro, tira a carteirinha de Leila da gaveta e a entrega a ela. Leila diz que não virá mais. André responde: “Você vem. Com certeza você vem. Segunda-feira, no mesmo horário de hoje.”

E foi nessa tarde que a vida de Leila começa a mudar. De monótona e sem prazeres para excitante e cheia de desejos e emoções! Às vezes temos que ser induzidos por caminhos muito estranhos à nossa felicidade… Você concorda? Condena a Leila por ela ter gostado dos avanços de André? Ou acredita que ela tenha tido sorte em ter sido acordada por ele para o prazer que estava adormecido como no conto de fadas?

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13 comentários
  1. Eu ame! Sinceramente são situações necessárias para que uma mulher volte a perceber o quanto ela é desejada..mesmo que nada além disso ocorra. Ansiosa p os próximos capítulos.

  2. Que leitura envolvente! Tão envolvente quanto o despertar sexual de Leila.
    Realmente dá vontade de conhecer o desfecho.
    Só a indignação dela, mesmo que misturada com prazer, faz parecer que o avanço não foi plenamente consentido.
    Vamos ver quais reais conflitos e resoluções partem desse episódio!
    Abraço

    1. Obrigada. Fico feliz que te deixei curiosa. Chegou a ler o primeiro episódio? Lá você vê a Leila mais de dez anos depois deste acontecimento que narrei aqui. Isto aqui é um flashback para mostrar como tudo começou…

  3. Nada como um tombo, para mudar ! As vezes precisamos algo assim para despertar para à vida!
    Adorei, tb tive meu tombo aos 51 anos . Sua escrita é super sensual e cativante, prendendo pela curiosidade que desperta no leitor.
    Meu beijo

  4. Eu não condeno, entendo e muito a Leila. Não sei se ela voltará às sessões de fisioterapia c o André, mas ela sabe que algo importante aconteceu ali, dentro dela.
    No seu texto, vc escreve q ela estica o braço de Leila sutilmente e coloca sobre sua braguilha, mas vc ñ diz que ele fica excitado ou que Leila, sente ele excitado…o mais importante é o que isso trouxe p ela.
    Eu mesma me despertei sexualmente após os 30 anos e fico muito melhor após os 40 (tenho 52) e muitas vezes alguma descobertas, se deram de maneira esquisita rs
    Parabéns pelo texto, adorei ler. Tem continuação? ?
    Bjos!

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