Ela conquistou diferentes “tribos” como se fossem todas locais. É cosmopolita e tão democrática que não dá ouvidos aos que insistem na conversa fiada sobre a ausência de esquinas em suas superquadras. E porque se preocupar com isso, se há tantos botecos, arte e vida em todos os seus quadrantes? Quem se preocupa com as esquinas se pode ter tanto horizonte, tanto céu azul com raras nuvens, tantos ipês, mangueiras, buritis e uma arquitetura única? Assim é Brasília, a charmosa capital 60+, menina dos olhos de JK e pela qual sou uma apaixonada.
![Cobogós](https://inconformidades.com/wp-content/uploads/2021/10/IMG_1978-2-768x1024.jpg)
Com sua arquitetura singular também abriga um elemento arquitetônico que, embora não tenha nascido na capital do país, foi amplamente difundido por um de seus criadores, o arquiteto Lúcio Costa. Me refiro aos tradicionais cobogós, apreciados por 10 entre 10 arquitetos. Sou tão apaixonada por esses “arabescos urbanos”, como diz a arquiteta Adriana Giacometti, que ninguém me convenceu a dispensar um aqui em casa. Afinal, na capital que também é dos cobogós eu não poderia me furtar de ter um iluminando e ventilando todos os ambientes, dando um toque vintage à sala com pé direito alto, deixando o sol da manhã chegar de mansinho.
Assim como eu, as jornalistas Graça Monteiro e Marita Cardillo, ambas moradoras de apartamentos localizados em superquadras consideradas as mais antigas da capital, na Asa Sul da cidade, têm a sorte de contarem com cobogós estilosos em seus apartamentos.
![Cobogós](https://inconformidades.com/wp-content/uploads/2021/10/05-768x1024.jpg)
A ventilação e a luz direta chegam à agradável cozinha na cor amarela do apartamento de Marita por conta do tipo mais tradicional de cobogós: o de concreto, construído na década de 1960. Seu formato retangular permite, ao mesmo tempo, robustez e leveza ao ambiente.
Os diferentes tipos de cobogós também dão um toque diferente no décor. Pensando nisso, Graça Monteiro utilizou esse elemento entre a sala de estar e a cozinha, limitando com criatividade os dois ambientes do seu apartamento.
Os prédios na super quadra onde mora a jornalista Graça têm a fachada decorada com cobogós de cerâmica rústica, combinando com tijolinhos à vista. Lá, as flores se esgueiram a bisbilhotar a vida da vizinhança pelas frestinhas dos cobogós. Lá, o sol se despede deixando rastros de luz em cada buraquinho dos cobogós.
Também apaixonada por cobogós, Lourdinha Parente é autora de um dos mais ricos acervos fotográficos sobre eles na capital do país.Mas afinal, como surgiram os cobogós? Por que ganharam essa denominação ? Por que tanta gente aprecia esse elemento vazado?
Para saber um pouco da história deles conversei com a arquiteta Adriana Giacometti, também colunista do Inconformidades. Confira a entrevista dela aqui no meu podcast Deva de Prosa.
18 comentários
Acho um charme! ?
Verdade. São mesmo. Obrigada pelo comentário . Abraços .
Tbm tenho, é show!!
Opa! Que bacana . Obrigada.
Para quem é pioneira de Brasília, foi gratificante ter sido brindada com algo tão familiar e querido como cobogó. Mais ainda, pelo interesse de quem, como a Deva, tem outras raízes culturais, mas possui um carinho especial para os belos detalhes e recortes significativos de nossa cidade.
Só senti falta de uma coisa: os créditos das fotos.
Obrigada, Mônica. Vamos colocar os créditos . Abraços.
Parabéns pela reportagem!
Não conhecia a diversidade dos Cobogós e como podem deixar o ambiente charmoso, independente se em apartamento ou casa.
Brasília nossa capital com seus encantos conquistando o coração de uma gaúcha.
Sim, Brasília tem muitas características lindas. Obrigada por acompanhar o Inconformidades.
Show os cobogós como a matéria ❤
Obrigada por acompanhar o Inconformidades.
Muito legal saber mais sobre esses elementos arquitetônicos tão a cara da nossa capital federal! Amo cabogós!
Obrigada, Fernanda. Confira outras colunas do Inconformidades.
Adorei, não tinha nem ideia da diversidade, muito interessante!!!
Obrigada por acompanhar o Inconformidades.
Muito interessante!
Excelente matéria! Os cobogós fazem parte da minha infância, porque no Nordeste é comum as casas terem mei parede e outros ambientes arejados por esse material bonito, versátil e que nunca sai de moda.
Verdade, Selma. No Brasil a origem dos cobogós vem do Nordeste. Obrigada.
Obrigada. Abração .