Vejo hoje nas mídias a maioria das mulheres 45+ envoltas numa grande discussão sobre o que fazer com os seus cabelos. Deixá-los longos, curtos, assumir os brancos, continuar pintando, descobrir os produtos mais apropriados para as madeixas maduras e por aí vai… Confesso que fico com uma ponta de inveja. E vão entender por quê.

Sofro com queda de cabelo desde meus 17 anos ou talvez antes. Meus cabelos começaram a ir embora na minha adolescência. Minha saga em busca de saúde capilar começou há mais de 30 anos.

Tenho um diagnóstico de alopecia androgenética, ou seja, queda de cabelo hereditária. É aquele tipo de queda que afina os fios, o cabelo fica ralo e o couro cabeludo à mostra. Há ainda um certo tabu ao se falar da queda de cabelo feminina, mas existem milhares de mulheres que sofrem com isso.

Outros tipos de queda são tão sérios quanto e todos mexem com a autoestima da mulher. Quedas por tratamento contra o câncer, causadas pelo pós-parto, menopausa e stress são as mais comuns. Agora, queda de cabelo pós-covid!

Na época áurea do Neutrox nem se falava em tricologia, eram as vitaminas “milagrosas” vendidas na farmácia que eu tomava. Mas eu ainda adolescente, começando a faculdade, confesso que não dava muita bola. Azar o meu. Não dar bola, negar a situação, apesar de ter sido um erro, foi minha defesa.

O cabelo para a mulher é um sinônimo de feminilidade, de beleza, a moldura do rosto, literalmente. Quando queremos mudar, começamos pelo cabelo. Se fizermos um paralelo à Sansão, o cabelo é a força da feminilidade. E me encontro, no começo da minha vida adulta, tendo que lidar com o fato de que a minha força feminina não vinha dos cabelos. Um aprendizado, eu garanto.

No último ano de faculdade me dei conta de que tinha metade do cabelo de cinco anos antes. Assustei. Cortei e nunca mais deixei crescer. Não que eu não quisesse, mas o cabelo perde sua força e não cresce suficientemente saudável. Nessa época me mudei pra SP e fui atrás de um dermatologista que entendesse do assunto. Os tratamentos ainda muito novos, restritos e caros.

Mesmo tratando com o que eu podia, Minoxidil e vitaminas basicamente, continuei perdendo cabelo. Menos do que antes, a queda melhorou, mas não estabilizou. E, para piorar a situação, o grande problema do uso do contínuo do Minoxidil, que por vezes precisa ser interrompido, é seu efeito rebote, que aconteceu comigo mais de uma vez.

Em 2002 me mudei pra Europa e, resultado do stress, perdi mais cabelo. Me encontro no auge dos meus 30 anos não me reconhecendo. Praticamente não tenho foto dessa época, tamanho meu desespero. Naquele ano, com pouco acesso a tratamento, um cabeleireiro me salvou com cortes que disfarçavam, na medida do possível, minha calvície.

Em 2003 me mudei de novo, descobri o tratamento a laser e inibidores de testosterona. Fiz meu primeiro transplante capilar. O resultado não foi o esperado, mas pelo menos ficou natural, o que era meu maior medo.

Em 2005 engravidei. Nunca tive o cabelo tão bom! Não tive queda pós-parto, mesmo porque, seis meses depois estava eu grávida de novo! Eita!

Em 2008, já de volta ao Brasil, descobri a tricologia. Desde então tenho um mesmo médico, esse sim um bom especialista. Experimentei de tudo um pouco, tratamento com o meu próprio plasma aplicado no meu couro cabeludo, mais laser, microagulhamento capilar, mesoterapia, entre outros. Sempre intercalando o uso do Minoxidil, agora tanto oral quanto tópico com fórmulas de aminoácidos e vitaminas. Em 2016 fiz meu segundo transplante capilar. Desse gostei do resultado.

Hoje posso dizer que minha queda estabilizou e meu cabelo só melhora. A menopausa antes dos 45, no meu caso, não foi um problema. Ufa! O meu cabelo? Continua curto e agora ficando branco rebelde! E eu feliz!

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